" Os signos verbais ficarão encarregados de calar, de mascarar, de tapear: não demonstrarei nunca, verbalmente, os excessos do meu sentimento. Nada tendo dito sobre os estragos dessa angústia, poderei sempre, quando ela tiver passado, ter certeza de que ninguém terá sabido dela. Força da linguagem: com minha linguagem posso fazer tudo: até principalmente não fazer nada.
Posso fazer tudo com minha linguagem, mas não com meu corpo. O que escondo pela linguagem, meu corpo o diz. Posso modelar à vontade minha linguagem, não minha voz. Não importa o que diga minha voz, o outro reconhecerá que "eu tenho qualquer coisa". Sou mentiroso (por preterição), não comediante. Meu corpo é uma criança cabeçuda, minha linguagem é um adulto civilizado".
Posso fazer tudo com minha linguagem, mas não com meu corpo. O que escondo pela linguagem, meu corpo o diz. Posso modelar à vontade minha linguagem, não minha voz. Não importa o que diga minha voz, o outro reconhecerá que "eu tenho qualquer coisa". Sou mentiroso (por preterição), não comediante. Meu corpo é uma criança cabeçuda, minha linguagem é um adulto civilizado".
Roland Barthes
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