Para inaugurar então a sessão das Priscas Epopéias, venho hoje com a estória da Peoua.
(Explicando em miúdos pra quem não entendeu bulhufas:
Priscas - antigas em latim; fiz um trocadalho do carilho com meu nome, adivinha qual é.
Epopéia - a narrativa dos feitos grandiosos de um indivíduo ou de um povo, de gênero narrativo(dã) e caráter excepcional; grande feito.
Peoua - feminino coloquial de "peão" no sentido pejorativo.)
Pois então, a nossa heroína está mais uma vez dormindo menos de 4 horas por dia quando acorda para ir pra faculdade cursar Jornalismo (dessa vez vai). Teoria da Comunicação I; ok. Teoria Política; câmbio. Vai até a biblioteca, devolve um livro e pega outro. Tira cópia de um texto de Economia, do qual tem que fazer um resumo para amanhã. Vai até a edição do jornal da faculdade para ver se tem alguma pauta para artigo. Só sobrou um: Trânsito no Hiper-centro de BH. Tá, não é difícil, mas é chato bagaray. Qual é o deadline? Dia 29. De Agosto? É. Ah, então fica pra próxima. Volta pra casa, almoça. Senta no computador pra ler emails e etc enquanto faz o quilo. Começa a ler o texto de Economia. A chefa liga 'tá lembrada da reunião de 14h?'. São 10 pras 2. Cria asas e voa até o shopping onde trabalha vendendo bijuterias e acessórios em uma franquia. Reunião corre bem; as vendas também. 20h. Cliente quer um produto que viu na loja do outro shopping, uma gominha (elástico, xuxinha) de cabelo feita de cabelo sintético. Na loja da peoua não tem loiro platinado, mas a cliente quer loiro platinado e NÃO quer ir ao outro shopping. A chefa manda quem buscar a peça no outro shopping ? A peoua, claro! E lá vai nossa peoua, de ônibus até o outro shopping, disfarçada de cliente. Entra no ônibus um pouco vacilante, nunca foi muito boa de direção e não sabe andar de ônibus direito. Ao passar pelo trocador, pergunta qual o ponto mais perto do shopping. Eis então que o trocador responde com aquele olhar 43, de cima a baixo, limítrofe de atentado ao pudor. "Tem um ponto DENTRO do shopping, meu bem". Se encolhe e corre pro fundo do ônibus. Chega no shopping, entra na loja e pede o tal produto. "Ah, minha irmã pediu pra levar loiro, mas como não sei direito o tom, vou levar esses dois". E a vendedora ainda lasca um "Não vai levar um pra você não?" e a heroína responde "Pra pendurar onde, minha filha? Num tenho cabelo pra isso não!" A vendedora olha com cara feia e fecha a venda o mais rápido possível. Cash. Não vai embrulhar não? Volta então nossa protagonista, passeando pela cidade de ônibus, distraída, vendo as casas, os carros... Opa, passou o ponto. Desce, volta pra loja. Liga pra cliente, que ficou esperando num restaurante. A cliente aparece e compra a tal gominha platinada, agradece muito à peoua e se vai, deixando pra trás duas peouas e uma chefa, se debulhando de dar risada por ter enganado a loja concorrente. A peoua chega finalmente em casa. Come uma maçã. Senta no computador. Escreve um post. Putz, e o texto de Economia? Daqui a pouco eu leio.
5 comments:
Só num entendi uma coisa:
* Quem pagou o busão?
* A criente comprou mais coisas, por isso queriam puxar saco dela?
* Vendeu mais caro que comprou na outra loja?
Sei não, achei tudo muuuuuuuuito esquisito!
Gente... ue vida fodona. Nasci pra isso não.
feioso,
* A loja pagou o ônibus, claro! A peoua aqui não tem nem dinheiro extra no bolso nao!
* A criente era VIP, comprou coisa bagaray além do troço de cabelo :P
* Tive que vender no mesmo preço, porque eu tinha o produto que ela queria, só nao tinha a cor!
* Esse foi um dia atípico mesmo, pra lá de esquisito...
Mandita,
Eu tamém num nasci pra isso não, mas a gente tem que ganhar dinheiro de alguma maneira, né? Pelo menos eu nao tô lavando privada nem rodando bolsinha. Ainda.
Meu bem, dadas as adevidas proporções, e sabendo que não serve de consolo: bem vinda à minha vida.
Lembre-se que eu ainda te amo.
Beijo!
Fe: apesar de você ter virado purpurina e sumido da minha vida quase que completamente, eu ainda te amo também! ;*
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